Fãs se despedem de Gabriel Diniz e especialista explica porque luto do ídolo é sentido como se fosse alguém da família

A morte do cantor Gabriel Diniz aos 28 anos em um acidente de avião atraiu um grande número de pessoas para frente da sua casa, em João Pessoa. Na segunda-feira (27) muitos admiradores, algumas vindos de outros estados, já se aglomeravam no local do velório, que só foi iniciado nesta terça-feira (28). O sofrimento, a dor e a tristeza são nítidos nos fãs que choram a morte do ídolo. A psicóloga do Hapvida Danielle Azevedo explica que os fãs vivenciam a morte de um ídolo como se fosse da família, mesmos sem ter uma convivência com aquele artista.

A especialista destaca que as redes sociais e os veículos de comunicação acabam estreitando essa relação entre o fã e o ídolo. “O fã por si só tem uma interpretação de referência ideal daquele artista e passa a viver muito em função da rotina, dos shows, do que faz, do que come e do que veste. Ele passa a ter uma certa idolatria e não se tem como dizer que eles não tinham contato. É como se de fato ele construísse essa personagem em paralelo e atribuísse a esse fanatismo um afeto, uma revolta, uma ira”, explica.

Danielle destaca que a morte de Gabriel foi muito repentina, trágica e ele era um ícone, uma pessoa de uma personalidade e comportamento diferenciado.  Além de popular, tinha um ar cômico, o que o fazia ser visto como diferencial no meio artístico e isso faz com que ele fosse um líder que carregava vários admiradores. Segundo ela, não basta ser famoso, precisa ter uma história, um cenário, um contexto que faz aquele personagem ser tão querido e enaltecido em vários aspectos.

“O fã vai sofrer e vai viver esse luto. Não é apenas uma pessoa que morreu em um acidente, mas sim a pessoa que ele idolatrava e vivia em função dela. É como perder um parente próximo. Muitos fãs irão viver as fases do luto, ao ponto de terem reações de desespero, de fazerem questão de lembrar de datas, pois muitos deles acabam sendo muito ritualísticos”, diz.

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Viver o luto é normal, mas a psicóloga alerta que é preciso ter cuidado com o luto patológico. Ele se caracteriza por atrapalhar a vida do indivíduo depois de muito tempo, a rotina não é mais a mesma e existe alteração do sono. “Pode ter reações psicossomáticas onde se deixa de comer e fica alimentando o retorno dessa pessoa. Eu já atendi pacientes com quadros de alucinação que via a pessoa”, relata.

Fases do luto – A especialista destaca que o luto se manifesta de formas diferentes dependendo do cenário que as pessoas estão vivendo e como elas enfrentam a situação. Ela destaca que a vivência do luto acontece em cinco fases.

Primeira fase – pode ser reconhecida com base em reações e frases como: “Eu estou bem”, “não preciso de ajuda”.

Segunda fase – momento da fase do luto aparece a negação e raiva como o “isso não é justo comigo”, “porque Deus fez isso comigo?”.

Terceira fase – é a da barganha, quando as pessoas querem fazer uma negociação do tipo: “Eu faria qualquer coisa para ter ele de volta”.

Quarta fase – é a etapa depressiva em que a pessoa se nega a sair de casa e que acredita que a dor que está sentindo não vai passar.

Quinta fase – Essa é a etapa da conformidade quando as pessoas começam a dizer que a morte trouxe a paz para quem partiu e para quem ficou.

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