Operação Calvário: Livânia, o lixo, o luxo, e o cavalo de olhos azuis

O depoimento da ex-secretária de Administração do Governo da Paraíba, Livânia Farias, foi além dos esquemas de corrupção originados pela empresa Cruz Vermelha Brasileira. A delação da sousense teria apontado também a atuação de empresas de lixo urbano e hospitalar em altas negociações com o Estado e Prefeituras governadas por gestores do PSB.

O cardápio de informações “entregue de bandeja” por Livânia e por quem prestou depoimentos antes e depois dela, serviram para que o GAECO desse cumprimento as várias fases da Operação Calvário.

Entre as afirmações, consta que as firmas abertas em nome do jovem empresário Thiago Araújo de Sá Leite, com sedes em Sousa, no Sertão, abocanharam altos contratos para a coleta de lixo hospitalar (Waste Coleta de Resíduos Hospitalares) de várias unidades de Saúde da Paraíba e a coleta de lixo urbano (Limpmax Construções e Serviços) de cidades como Conde (cerca de R$ 10 milhões em dois anos) e Bayeux, ambas na região metropolitana da Capital.

Segundo o blog Helder Moura, uma das empresas se instalou no Conde, logo após a eleição da prefeita Márcia Lucena, antes mesmo da posse. Na sequência, a Limpmax ganhou, de uma forma pouco explicada, com a interveniência de Livânia, toda a coleta de lixo hospitalar da Paraíba. Um serviço que mobiliza milhões de reais.

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A movimentação financeira chamou a atenção da força-tarefa da Operação Calvário, desde a aquisição de aproximadamente 60 caminhões compactadores, avaliados, por baixo, em R$ 240 mil cada um, até a compra de um haras referência no Nordeste, localizado em Sousa. O GAECO já sabe que nesta fazenda denominada de Mãe D’água, até cavalos de raças raras são criados, a exemplo de uma espécie de cor branca e olhos azuis.

Sobre a articulação dos negócios com o Estado, o Ministério Público suspeita que mais pessoas da cidade de Sousa também seriam sócios ocultos das empresas.

No alvo da investigação estariam políticos, empresários e um profissional da Saúde.

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